Qual é o papel das mulheres no mercado imobiliário?

Qual é o papel das mulheres no mercado imobiliário? Riva Incorporadora

No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, e nada melhor do que usar essa data para celebrar as conquistas delas, não é verdade? Pensando nisso, conversamos com Deborah Goulart Ruas, superintendente de vendas da Direcional Engenharia, para saber mais sobre o papel das mulheres no mercado imobiliário.

Assim como em tantas outras áreas, esse espaço foi ocupado aos poucos e com muito esforço. Se antes não era comum encontrar mulheres trabalhando no setor, agora felizmente essa é uma realidade que está mudando.

Que tal descobrir curiosidades sobre o assunto e conferir a opinião de alguém que está por dentro do mercado? Acompanhe a leitura que preparamos para você!

Como está o cenário das mulheres no setor imobiliário?

Segundo a Deborah, o cenário é “muito promissor, embora não seja fácil estar inserida em um mercado predominantemente masculino”. Isso quer dizer que desafios ainda existem e as mulheres precisam ter consciência de que vão enfrentá-los, mas as coisas têm evoluído e tendem a ficar ainda melhores.

A realidade é que ainda existe a questão da minoria, principalmente no âmbito das lideranças. Mesmo assim, o espaço e o reconhecimento conquistados pelas mulheres são crescentes. Como cada vez mais elas se destacam nas funções que desempenham, o avanço tem sido gradativo e positivo.

Para se ter uma ideia, entre os anos de 2007 e 2018 houve um crescimento de, aproximadamente, 120% da presença de mulheres no setor da construção civil. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que quase 110 mil novas representantes foram registradas nesse período.

Além dos dados do mercado de trabalho, o aumento da participação feminina nas faculdades ligadas à construção civil é uma referência disso. Há uma ou duas décadas, por exemplo, os cursos de Engenharia Civil eram basicamente formados por homens. Agora as salas de aula já estão mais misturadas e o mercado absorve bem essas trabalhadoras.

Quais são as profissões mais comuns para as mulheres no mercado imobiliário?

Hoje vemos profissionais femininas atuando em todos os níveis na construção civil e também no setor imobiliário. Temos engenheiras, arquitetas, corretoras, peritas, avaliadoras, coordenadoras, gerentes de vendas e outros cargos de diretoria que são ocupados por mulheres.

Por mais que algumas dificuldades e preconceitos ainda persistam, não há limitações para querer trabalhar no setor. Possivelmente, os canteiros de obras são os ambientes com menor chance de encontrar uma mulher trabalhando, até porque a força física está muito relacionada ao universo masculino.

Porém, há espaço para a inserção das mulheres em diferentes atividades do processo de construção, não apenas nos escritórios e serviços administrativos. Existem excelentes eletricistas, pintoras, azulejistas, engenheiras etc.

Outro ponto importante nesse contexto é que a força de trabalho feminina pode ser diferenciada em muitos sentidos. Para Deborah “as mulheres normalmente trazem consigo, em sua grande maioria, dedicação ao negócio, perfeccionismo, sensibilidade, humanidade nas relações e maior empatia. Por muitas vezes, para ter as mesmas oportunidades que os homens, acabam estudando mais, se especializando e se aperfeiçoando mais e, consequentemente, tornando-se diferenciadas. Esses adjetivos as tornam profissionais muitas vezes mais capacitadas, dispostas a ouvir e entender o cliente, empáticas diante de problemas e com grande habilidade para liderança.”

Ou seja, contratar uma mulher pode ser a melhor opção, e não há motivos para desconfiar das suas capacidades. Aliás, o ideal é que toda equipe seja mista e foque em qualidade, reunindo talentos de homens e mulheres para entregar o melhor resultado possível para o mercado.

Quais são os desafios que as mulheres ainda encontram nessa área e como seria possível superá-los?

Ainda que avanços significativos já tenham acontecido, Deborah lembra que os desafios ainda existem e são muitos. “O maior desafio que vejo para qualquer mulher, em qualquer área, inclusive, é o desafio de conciliar a vida pessoal com a vida profissional. Ser profissional, mãe, esposa e dona de casa não é fácil!”.

Na área da construção civil ou fora dela, as mulheres enfrentam esse dilema entre vida profissional e pessoal. O tempo é um recurso limitado e muitas vezes fica difícil conciliar tantas coisas, especialmente para quem não tem uma condição financeira tão favorável ou uma rede de apoio.

Como afirma Deborah, “a mulher muitas vezes terá que fazer escolhas, onde normalmente terá que se dedicar mais, abdicar de mais coisas, ter menos tempo, estudar e trabalhar o dobro para manter uma posição de igualdade com os homens e oportunidades diferenciadas”.

Além de tudo isso, temos ainda o preconceito (que pode ser velado ou escancarado) e as diferenças salariais. Segundo pesquisa da Catho, uma agência de empregos bastante reconhecida, a diferença média entre homens e mulheres é de 34%. As mulheres ainda não conseguem acompanhar o piso salarial, o que é uma batalha que precisa ser vencida o quanto antes.

O que você acha que ainda é possível mudar e melhorar?

Embora a construção civil possa apresentar uma complexidade maior para vencer barreiras, Deborah ressalta que o mercado imobiliário tem a vantagem de ser mais flexível e inclusivo. Essa é uma boa notícia pensando não só nas mulheres, mas também em outras minorias, como idosos e o público LGBTQIA+.

Para ela, o primeiro passo é buscar “diminuir o preconceito, trabalhar apoiando outras mulheres, incentivar e dar condições para que elas possam igualmente serem vistas e reconhecidas”. Esse precisa ser um trabalho de todos na sociedade, inclusive com o apoio dos homens para uma causa tão importante.

É fundamental quebrar paradigmas e dar espaço para pessoas talentosas, dedicadas e capacitadas, independentemente de gênero ou qualquer outro detalhe.

Deborah conclui dizendo que o que devemos fazer agora é “trazer luz ao tema: debater, esclarecer, expor e ensinar. O mercado tem espaço para todos e todas e, diferentemente do que muitos homens pensam, nós, mulheres, não queremos dominar o mundo, queremos apenas contribuir para que ele se torne um lugar melhor, lado a lado”.

Antes de finalizar, temos mais uma dica imperdível! Vale a pena conferir a leitura do livro “Mulheres no Mercado Imobiliário – Desafios e Conquistas“. Uma das escritoras é ninguém menos que Nane Ogata, diretora de vendas na Riva Incorporadora, empresa do Grupo Direcional. Com 33 anos ela conquistou a diretoria de uma imobiliária de grande porte e ainda lidera um time 47% feminino. Sua crença está na “união para inspirar e abrir portas para outras mulheres”.

E aí, você está com a gente nessa? Queremos ver mais mulheres no mercado imobiliário, na construção civil e em todas as outras profissões possíveis!

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